O ato de cuidar da saúde e do bem-estar de uma população é uma missão nobre e, muitas vezes, desafiadora. No entanto, a recente pesquisa divulgada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) revela um cenário alarmante e preocupante: a cada três dias, um médico é agredido durante o exercício de sua profissão no estado.
1. Uma Crescente Epidemia de Violência:
Desde a criação do Portal da Defesa Médica em 2018, uma ferramenta desenvolvida pelo Cremerj para auxiliar profissionais em situações de agressão ou exercício ilegal da medicina, foi contabilizado um total de 546 ocorrências de agressões a médicos até junho de 2023. As agressões variam entre verbais e físicas, sendo que as unidades públicas de saúde são os principais palcos desses episódios, representando 67% dos casos.
2. Casos de Agressões Físicas:
Um dos casos mais recentes e chocantes envolveu a médica Sandra Bouyer, que sofreu uma violenta agressão no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles. Durante o ataque, uma paciente idosa, que precisava de atendimento imediato, teve uma parada cardiorrespiratória e, infelizmente, veio a óbito.
3. Mulheres: As Maiores Vítimas:
É notório que as médicas são as principais vítimas. Dos casos registrados, 61% das agressões foram direcionadas a mulheres, sendo que somente nos primeiros seis meses de 2023, 62,5% dos episódios violentos envolveram profissionais do sexo feminino.
4. Medidas de Proteção e Prevenção:
O presidente do Cremerj, Guilherme Nadais, ressalta que a situação é inaceitável e que medidas estão sendo tomadas para proteger os médicos em seus locais de trabalho. Além do Portal da Defesa Médica, o Cremerj aprovou uma resolução em junho que determina que todas as unidades de saúde no Rio de Janeiro forneçam segurança adequada aos profissionais, notifiquem o conselho sobre qualquer ocorrência de violência e ofereçam suporte administrativo e psicológico às vítimas.
Conclusão:
A violência contra médicos no Rio de Janeiro é um sintoma de um problema mais profundo na sociedade e no sistema de saúde. A integridade física e psicológica dos profissionais que dedicam suas vidas a cuidar de outras pessoas deve ser prioridade. Através de medidas preventivas, educativas e punitivas, é possível reverter esse cenário e garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos na área da saúde.